O sistema nervoso é o responsável por receber, processar e transmitir as mensagens
através da capacidade de estabelecer conexões entre si e os estímulos externos aos
quais o organismo é submetido. Sendo composto por um tipo específico de tecido,
denominado tecido nervoso, logo dividido em tipos celulares como, os neurônios,
responsáveis pela transmissão de impulsos nervosos e interpretações dos estímulos. E
as células da glia, responsáveis por nutrir e proteger os neurônios.
Devido a fatores diversos fatores como fatores genéticos, ambientais, biológicos,
progressivo de envelhecimento, traumas e estresse, e desequilíbrio químicos
consequentemente podem gerar uma anormalidade cerebral, os transtornos
neurológicos em ambas partes do sistema nervoso. Transtornos neurológicos afetam de
maneira geral a medula espinhal, responsável por transportar as mensagens a do
cérebro para o resto do corpo, o cérebro responsável por interpretar mensagens
recebidas de partes das atividades motoras e estruturas motoras sensoriais. E os
neurônios, que são a base do sistema nervoso, no qual carregam impulsos elétricos do
cérebro ao resto do organismo, assim sendo dividido em nervos sensoriais e nervos
motores.
Dentro dos transtornos neurológicos, há uma ampla variedade de tipos,
como Neurodegenerativas, dado a um processo natural e de envelhecimento, alguns
exemplos são Alzheimer e Parkinson. Neuropsiquiátricas, baseado em alguns fatores
como genéticos, ambientais e disfunções neuroquímicas, tendo como exemplos
Esquizofrenia e TOC. Neuromusculares, afeta a comunicação entre nervos que
controlam os músculos, e assim seus fatores de causa podem ser genéticos e
autoimunes, onde alguns exemplares são, Polineuropatia e ELA. Entretanto, não se
encontram em definições fixas as suas classificações, logo deslocam fluidamente uma
sobre a outra, dependendo do que afeta o indivíduo e seu respectivo transtorno. Um
exemplo são os transtornos de neurodesenvolvimento, que também pertencem à
classificação de neuropsiquiátricos e neurônios motores.
Os transtornos do neurodesenvolvimento são condições que afetam o desenvolvimento
do cérebro e do sistema nervoso, de acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de
Transtornos Mentais da Associação Psiquiátrica Americana , Quinta Edição (DSM-5) são
classificados seis grupos abrangentes: intelectual, comunicação, autismo, déficit de
atenção e hiperatividade, motor e transtornos específicos de aprendizagem, no qual um
transtorno é acompanhado por outro. Geralmente se manifestando nos primeiros anos
de vida, porém seus sinais são variáveis entre indivíduos, mesmo obtendo um padrão
dentro da comunidade. Dentre eles, há alguns exemplos de indicadores fixos, como a
falta de balbuciar ou apontar aos 12 meses, contato visual ruim, sem frases de duas
palavras aos 2 anos de idade, sem sorriso ou receptividade social, não respondendo ao
nome deles, fixação em alinhar brinquedos ou objetos, ou observar brinquedos se
movendo ou girando e repetir ações ou som indefinidamente. Isso acontece devido à
intensa atividade cerebral e formação de conexões essenciais durante esse período.
Alterações genéticas, fatores ambientais e a interação entre eles, podem afetar essa
formação e resultar em transtornos. Além de que podendo ser observado em crianças
mais velhas ou de fato, adultos, podem apresentar alguns sinais como por exemplo,
baixa interação social, incapacidade de iniciar ou manter uma conversa, linguagem
repetitiva, hiper focada em algum tema, interesse intenso e focado, geralmente em um
objeto ou assunto e dificuldade em manter contato com os olhos.
Essas condições impactam aspectos como a comunicação, o comportamento, a
aprendizagem, as habilidades motoras e a interação social. Assim, podendo afetar
diferentes áreas da vida de uma pessoa, dependendo do tipo e do grau do transtorno.
Um exemplo são pessoas do espectro autista, (TEA), pois de acordo com o Manual
Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), classifica o transtorno do
espectro autista em níveis de gravidade. A gravidade é baseada em quanta deficiência
você vive nas áreas de comunicação social e comportamentos restritos ou repetitivos.
Entre eles, o nível 1 é fornecido quando você precisa de suporte, o nível 2 é fornecido
quando você precisa de suporte substancial e o nível 3 é fornecido quando você precisa
de um suporte muito substancial.
Para pessoas que possuem o funcionamento cerebral atípico, ou seja, que difere do
padrão, são apelidadas de neurodivergentes, por apresentarem essas características e
consequentemente afetar alguns aspectos como as interações sociais, habilidades
motoras, aprendizagem, comportamento e comunicação. No déficit intelectual ou de
aprendizagem, exibem um comportamento adaptativo limitado. Em distúrbios da
comunicação, a falta de compreensão afeta a capacidade de um indivíduo de detectar ou
aplicar a linguagem, assim dificultando seu entendimento de comunicação verbal e não
verbal, resultando em gagueira, substituição de som ou incapacidade de entender. Em
pessoas do espectro autista, indicam dificuldade na comunicação social e padrões de
comportamento restritos, repetitivos e inflexíveis. E por fim, pessoas com déficit de
atenção e hiperatividade, demonstram disfunções executivas, ocasionando desatenção,
hiperatividade, impulsividade e desregulação emocional.
As causas para esses funcionamentos atípicos do sistema nervoso está relacionado ao
seu desenvolvimento rígidamente regulado e cronometrado. Podendo ter origem desde
do desenvolvimento do feto na gestação, parto e pós-parto, qualquer desvio significativo
da trajetória normal de desenvolvimento no início da vida pode resultar em arquitetura ou
conectividade neuronal ausente ou anormal. Há diversos fatores que contribuem para as
alterações dadas ao desenvolvimento do sistema nervoso, como genéticas, assim herdadas dos pais afetados ou portadores, um exemplo é a trissomia 21, mais conhecida
como síndrome de Down, relacionado a anomalia cromossômica, como a translocação
do material genético. Outros distúrbios menos comuns, porém também relacionados ao
fator genético, são a síndrome do X frágil, a síndrome de Rett e a síndrome de Williams.
Fatores ambientais, como, complicações no parto, infecções durante a gestação e
exposição a substâncias nocivas após o nascimento. Traumas físicos, sendo um dos
fatores mais comuns, pode-se dividir em lesão congênita, como lesões do resultado de
um parto prematuro, asfixia (obstrução da traqueia), hipóxia (falta de oxigênio no
cérebro), e lesão que ocorre na infância.
Concluindo, os transtornos relacionados ao sistema nervoso, transtornos neurológicos,
abrangem uma variedade de outros distúrbios, que estão diretamente conectados entre
si, dependendo das características. Transtorno do Neurodesenvolvimento é uma
condição complexa que afeta o desenvolvimento do sistema nervoso central. Possuindo
diversos fatores causadores do transtorno, porém varia de tipo de transtorno, grau de
intensidade entre outros aspectos envolvidos.
A inclusão e o apoio no ambiente escolar são fundamentais para garantir que as
pessoas com Transtornos do Neurodesenvolvimento tenham acesso à educação e
possam desenvolver todo o seu potencial. Além disso, os familiares também precisam de
apoio e estratégias para lidar com os desafios que essa condição pode trazer.
Os transtornos do neurodesenvolvimento merecem um aumento de visibilidade por sua
manifestação precoce e impacto duradouro na vida das pessoas, especialmente no que
se refere ao aprendizado, à comunicação e à socialização. O aumento do número de
diagnósticos tem crescido a cada ano não porque existem mais pessoas nascendo com
estes transtornos, no entanto pois, está acontecendo diagnósticos tardios de pessoas
que não sabiam sobre seus distúrbios e também porque agora as pessoas conseguem
ver os sintomas de forma mais clara e procuram um médico mais cedo. Compreender
esses transtornos é essencial para combater o preconceito, promover diagnósticos
precoces e oferecer intervenções adequadas que respeitem a individualidade e a
diversidade neurológica.