SEROTONINA: o neurotransmissor do bem-estar
- Rafael Simões e Rafael Rumanski
- 27 de ago.
- 3 min de leitura

Função
A serotonina é um neurotransmissor, ou seja, uma molécula que transporta mensagens entre os neurônios e outras células, ela é encarregada de fazer o cérebro conseguir se comunicar com diferentes partes do corpo. Popularmente, ficou conhecida como o “hormônio da felicidade”, mesmo que sua atuação vá muito além disso.
Ela está presente em momentos fundamentais da vida cotidiana: auxilia numa maior qualidade no sono, ajuda em sentir prazer ao estar com amigos, quando consegue se concentrar nos estudos ou até controlar a fome após uma refeição. A serotonina participa do humor, ela regula a ansiedade, da libido, ajuda a memória e a temperatura corporal, melhorando o apetite. É como se fosse um maestro regendo uma orquestra, garantindo que cada instrumento (ou função do corpo) toque na hora certa para manter a harmonia do organismo.
Produção
Ao contrário do imaginário popular, a serotonina não é fabricada apenas no cérebro. Cerca de 90% dela é produzida no intestino, a partir de um aminoácido chamado triptofano, obtido por meio da alimentação, como como banana, ovo, leite e queijo.
Além disso, hábitos simples como pegar sol, dormir bem e praticar atividades físicas estimulam a produção e a liberação desse neurotransmissor.
Para a produção ser feita, as células enterocromafins (CECs), presentes no trato gastrointestinal, capturam o triptofano do sangue e utilizam a enzima triptofano hidroxilase (TPH1) para adicionar hidroxilas para o triptofano dentro das CECs, formando o formando o 5-hidroxitriptofano (5-HTP). Após isso, o aminoácido descarboxilase aromática remove o grupo carboxila do 5-HTP, finalmente formando a serotonina, que será liberada no intestino, onde pode ser captada por plaquetas circulantes e atuar na regulação da motilidade intestinal.]
Os outros 10% são produzidos no sistema nervoso central, de uma maneira similar a como é produzido no intestino. Isso demostra o quanto a saúde intestinal influencia diretamente o bem-estar emocional.
No intestino, a serotonina ajuda no movimento digestivo e gera sensação de saciedade, evitando ingestão excessiva de alimentos. Já no cérebro, atua como reguladora do humor, contribuindo para manter a calma e a sensação de prazer.
Importância para o ser humano
Ter níveis equilibrados de serotonina é essencial para o corpo e a mente. Quando está em boas quantidades, ela ajuda a dormir melhor, já que participa da produção da melatonina, o hormônio do sono. Também proporciona sensação de saciedade após as refeições, contribui para o equilíbrio cardiovascular, melhora a concentração, fortalece a memória e ajuda a lidar com o estresse.
Além disso, é uma substância que atua em algo que não dá para medir em exames de sangue: a qualidade de vida. Pessoas com serotonina equilibrada costumam sentir mais disposição, energia e prazer nas atividades do dia a dia. Não é à toa que ela é considerada peça-chave para o bem-estar físico e emocional.
Efeitos da falta ou do excesso
Quando os níveis de serotonina estão baixos (abaixo de 101ng/mL), o corpo e a mente logo dão sinais de alerta. A escassez de serotonina pode gerar tristeza constante, mau humor, irritabilidade, falta de motivação, insônia, ansiedade e até a depressão. Ademais, é comum a perda de memória, a dificuldade de concentração e anedonia, que é a sensação de que nada gera prazer.
Já o excesso de serotonina, apesar de menos comum, também pode causar problemas. Ele pode gerar agitação, aumento dos batimentos cardíacos, pressão alta, tremores e, em casos graves, desencadear a chamada “síndrome serotoninérgica”, que adiciona febre alta, convulsões e perda de consciência aos sintomas, exigindo atendimento médico imediato.
Conclusão
A serotonina, mesmo que tenha efeitos mais discretos, são sentidos pelo ser humano a cada momento de seu dia nas mais diversas atividades. Ela mostra como corpo e mente estão conectados e como hábitos saudáveis podem transformar nossas vidas. Comer bem, se exercitar, dormir o suficiente e pegar sol regularmente não são apenas conselhos repetidos, são formas concretas de manter esse neurotransmissor em equilíbrio.
FONTES:
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