O Impacto da Adrenalina: do Coração Acelerado ao Vício
- Rafael Rumanski e Rafael Simoes MT
- 25 de jun.
- 2 min de leitura

Quando um ser humano entra em estado de alerta, seja por situação de perigo, medo, sentir-se ameaçado ou excitação, é comum ele sentir a respiração e batimentos cardíacos acelerados. Estes sintomas são consequência da adrenalina, substância produzida pelas glândulas suprarrenais e constantemente utilizada desde os primórdios da humanidade, por preparar o corpo a lidar com situações de estresse extremo, usando o mecanismo “luta ou fuga”.
Dito mecanismo começa no cérebro, especialmente na amígdala cerebral, que identifica uma situação ameaçadora, com a amígdala enviando sinais para o hipotálamo, que, por sua vez, ativa o sistema nervoso simpático, que é o responsável em preparar o corpo para uma ação. Com tudo isso, as glândulas suprarrenais vão liberar a adrenalina no sangue em poucos segundos.
Alguns sintomas são provocados, direcionados a auxiliar o corpo em lidar com a situação, de maneira extremamente rápida, como o aumento da frequência cardíaca, a aceleração da respiração, as dilatação das pupilas, o redirecionamento do sangue para os músculos e cérebro, além da liberação de glicose proveniente da gordura para gerar energia.
É com base nessa sensação de alerta que muitas pessoas acham diversão, é até mesmo um vício no viver em estado de euforia. Os chamados “Viciados em adrenalina” são indivíduos que, ao praticarem esportes radicais (como saltar de paraquedas, escalar montanhas perigosas, correr em alta velocidade) sentem prazer em excesso. Estas pessoas estimulam em seus corpos a produção de adrenalina ao sentirem prazer em viver no limite, já que a sensação de alerta, energia e foco intenso causada pela liberação massiva do hormônio pode ser viciante.
Para algumas pessoas, isso é tão prazeroso que elas querem repetir a experiência, o que é semelhante ao mecanismo de vício em substâncias, como drogas ou álcool, mas nesse caso é um vício comportamental. Profissionais indicam que a busca por controle ou superação (vencer o medo pode gerar sensação de poder pessoal), a fuga de emoções negativas (alguns usam a adrenalina para abafar tristeza, tédio ou ansiedade) e a necessidade de estímulo alto (algumas pessoas têm um limiar mais alto para se sentirem excitadas ou motivadas).
Existem notaveis benefícios em viver com tamanha adrenalina de maneira tão constante, como:
-Desenvolvimento da coragem e da tolerância ao estresse.
-Aumento da autoestima por enfrentar desafios e vencer medos.
-Melhoria do foco e geração de energia momentânea.
-Estímulo à superação de limites físicos e mentais.
-Auxílio na resiliência emocional, quando feito de forma saudável e controlada.
Em contrapartida, também existem malefícios de ser um viciado em adrenalina, que vão além dos riscos de acidente:
-Estresse crônico: Liberação constante de adrenalina pode sobrecarregar o coração, o cérebro e o sistema imunológico.
-Insônia, ansiedade e irritabilidade: Especialmente se a pessoa tentar forçar constantemente o estado de excitação.
-Problemas sociais: Algumas pessoas colocam suas vidas e a dos outros em risco para sentir “aquela emoção”.
-Desgaste emocional: O corpo e a mente não aguentam viver sempre em modo de sobrevivência.
Viver emoções intensas pode ser saudável, desde que feito com consciência, preparo e segurança. Como em tudo na vida,é necessário manter o equilíbrio: saber aproveitar a adrenalina quando necessário, mas sem se tornar refém dela.
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