Justiça Ambiental: quem paga o preço do progresso?
- Rafael Rumanski e Rafael Simoes MT
- 29 de out.
- 2 min de leitura

A Justiça ambiental é a ideia de que todas as pessoas, independentemente de raça, cor, origem nacional, habilidade ou renda, devem ter o mesmo grau de proteção contra riscos ambientais e de saúde. O foco do movimento é de a equidade ambiental seja alcançada em todo o globo.
Em oposição, a injustiça ambiental é o mecanismo pelo qual sociedades desiguais, do ponto de vista econômico e social, destinam a maior carga dos danos ambientais do desenvolvimento às populações de baixa renda, aos grupos raciais discriminados, aos povos étnicos tradicionais, aos bairros operários, às populações marginalizadas e vulneráveis. Assim marcando por omissão e negligência no atendimento às necessidades das classes populares e das minorias.
Origem
O movimento se inicia nos Estados Unidos, após moradores de um bairro de classe média negra em Houston, Texas, descobrirem que o estado autorizara uma instalação de descarte de resíduos sólidos em sua comunidade. Por conseguinte, o sociólogo Robert Bullard começaria a pesquisar sobre o tema no final da década de 1970, observando que mais de 80% dos depósitos de resídios da cidade se situavam em bairros de população negra, mesmo que apenas 25% da população total da cidade sendo negra. Em suma, as pesquisas demonstraram, estatisticamente, que domicílios com minorias estabelecidas estavam sujeitos a uma infraestrutura prejudicial.
Anos depois, Bullard e um grupo de pesquisadores ganharam reconhecimento nacional ao gerar manifestações contra a instalação de mais um deposito de resíduos em uma região majoritariamente negra da cidade. Em 1983, um relatório federal confirmou as alegações feitas por Bullard, com um estudo direcionado por Benjamin Chavis que identificavam que o problema era, de fato, nacional, indicador mais preciso para saber se alguém moraria perto de um depósito de resíduos tóxicos era a cor de sua pele. (Professor Robert Bullard, 1946-)
O movimento no Brasil
Em um país como o Brasil, desigualdade ambiental está diretamente relacionada à enorme concentração de poder na apropriação dos recursos ambientais que caracteriza a história do país. Com isso, o movimento ganhou força com a Rio-92 e com a fundação da Rede Brasileira de Justiça Ambiental (RBJA), em setembro de 2001, se relacionando com o movimento norte-americano, que dissertou sobre a luta ambiental à luta contra o racismo, ao constatar que os depósitos de lixo tóxico coincidiam com áreas de moradia da população negra, além de integrar as comunidades indígenas, quilombolas e ribeirinhas.
A luta dos nativos foi marcada pela busca por mais reconhecimento de suas terras, o mapeamento das áreas amazônicas e o reconhecimento de conflitos socioambientais, assim transformando lutas de comunidades minoritárias em debates nacionais.
Ademais, os ativistas tem a difícil tarefa de lutar contra bilionárias corporações e líderes do agronegócio, que concentram um grande poder de decisão na politica nacional. Essa quantidade massiva de poder faz que o lucro que essas empresas sejam sempre postas antes dos direitos das comunidades. Isso acarreta em projetos comunitários e leis, que contribuiriam com o avanço da justiça ambiental, sejam frequentemente adiadas e até mesmo sejam vetadas.

(Manifestação indígena em 2022)
FONTES:





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