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A verdade em ruínas: reflexões sobre o pensamento pós- moderno

  • Sofia Marra e Leticia Dias - 2ºMC
  • 5 de nov.
  • 2 min de leitura

Vivemos em um tempo em que as verdades parecem se desfazer com a mesma

rapidez com que são criadas. Cada voz encontra um espaço, cada ponto de vista quer ser

ouvido, e a certeza que antes sustentava o mundo moderno se dissolve no meio de tantas

opiniões, interpretações e perspectivas. A partir dessa nova realidade, a qual se relaciona com

a filosofia pós-modernismo, ela passa a se apresentar não como um inimigo da razão, mas

como um espelho que nos obriga a olhar para o quanto nossas verdades são frágeis, relativas e

moldadas pelo contexto em que vivemos.

Durante muito tempo, acreditavam que a razão e a ciência seriam capazes de revelar

a verdade absoluta sobretudo, como se o mundo pudesse ser explicado por uma única

narrativa universal. O pós-modernismo questiona exatamente isso: não existe uma verdade única, mas sim muitas verdades, cada uma nascida de um olhar, de uma cultura, de uma experiência. O que chamamos de “verdade”, talvez não passe de uma construção social, sustentada por quem tem o poder de defini-la. Michel Foucault, por exemplo, mostrou que o saber e o poder andam juntos, quem domina o discurso, domina também o que é considerado verdadeiro, Jean-François Lyotard chamou esse momento de “fim das grandes narrativas”, ou seja, já não acreditamos tanto nas histórias grandiosas que prometiam explicar tudo, como a religião, a ciência ou a política, e assim como afirma Zygmunt Bauman, vivemos uma época em que as certezas se tornaram líquidas, assim como as fronteiras entre o certo e o errado, o real e o falso, o verdadeiro e o inventado. Essa fluidez, ao mesmo tempo em que liberta, também

confunde. Logo, se cada um tem a sua verdade, como podemos nos entender?


Nas redes sociais, essa crise da verdade se manifesta com força, a velocidade com que

informações, opiniões e fake news se espalham rapidamente, mostra que a verdade se tornou

algo difícil de se encontrar atualmente. Não se trata mais de buscar o que é verdadeiro, mas o

que é mais aceitável ou compartilhável, o conhecimento, que antes era visto como algo sólido, hoje é algo muito fluido e mutável, disputado e muitas vezes manipulado. Mas talvez o pós- modernismo não queira destruir a verdade, apenas nos lembrar, que ela nunca foi tão pura e absoluta quanto pensávamos, ao reconhecer que cada pessoa, cultura ou tempo enxerga o mundo de forma diferente, aprendemos a lidar com a diversidade de ideias sem buscar uma resposta única.


No fim, a crise da verdade absoluta não precisa ser vista como um problema, mas como um convite à reflexão. Ela nos desafia a viver com incertezas, a dialogar com o diferente

e a construir, juntos, pequenas verdades que façam sentido dentro da nossa experiência

humana. Porque, talvez, o maior erro da modernidade não tenha sido duvidar das mentiras, mas acreditar que a verdade só poderia existir em uma única forma

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