Certas coisas a gente quer que durem para sempre: uma amizade, um
amor, um momento feliz. Mas a realidade é que o pra sempre, sempre acaba. A
vida passa. As pessoas mudam. O que parecia eterno, um dia pode simplesmente deixar de existir. Isso pode dar medo, mas também pode nos ensinar muita coisa.
Segundo Heráclito, : “Nada é permanente, exceto a mudança.” Ele acreditava que tudo está em movimento, e talvez ele tenha razão. Todos
crescemos, amadurecemos e aprendemos, e nos despedimos. Porém, será que passar por isso é ruim? Talvez o fato de tudo acabar faz com a vida seja tão valiosa.
Seguindo nessa linha de raciocínio, na filosofia, existem diversos pensadores que apresentam formas diferentes de tratar a morte e a vida. Como Platão, que diz que “a morte é a separação da alma do corpo, e o verdadeiro
filósofo luta por essa separação desapegando-se dos prazeres corporais e concentrando-se na busca do conhecimento.” Ou seja, Platão via a alma como algo imortal, que era introduzida ao corpo ao nascer, e após a morte, era liberta
para alcançar o verdadeiro conhecimento e compreensão.
Essa ideia nos leva a pensar que talvez nem tudo acabe de verdade. O corpo pode ter um fim, mas a alma, os pensamentos e os sentimentos podem continuar reverberando. Nietzsche, por exemplo, com sua ideia do eterno
retorno, traz outra visão: tudo na vida pode voltar a acontecer infinitamente, num loop sem fim; o que nos faz pensar sobre como vivemos cada momento.
No fim, talvez a pergunta “tudo acaba?” não tenha uma resposta exata. A vida muda, coisas terminam, mas outras permanecem ou renascem de formas diferentes. E talvez o mais importante seja entender que, mesmo que tudo
acabe, ainda assim pode valer a pena, porque viver é deixar marcas, aprender, sentir e transformar o que somos em algo que vá além do tempo.