Química Verde na Indústria Farmacêutica
- Maria Luiza e Yuri Vinícius - 2ºML
- 12 de nov.
- 2 min de leitura
A Indústria Farmacêutica, necessária para a saúde humana, historicamente ganhou notoriedade por conta de síntese orgânica que geram grandes volumes de resíduos. Muitas vezes, para produzir 1 kg de Princípio Ativo (o fármaco em si), são gerados de 25 a 100 kg de resíduos, um índice conhecido como Fator E (Fator Ambiental), significativamente alto em comparação com outros setores da química.
É neste contexto que a Química Verde (ou Química Sustentável) aparece como um novo método, orientando o desenvolvimento de medicamentos de maneira mais ecológica e eficiente.
O Papel Transformador da Química Orgânica
A Química Orgânica, essencial na síntese de fármacos, é a principal área de atuação para a aplicação dos 12 Princípios da Química Verde. Seu papel é redefinir o modo como as moléculas orgânicas dos medicamentos são construídas:
1- Maximização da Eficiência Atômica
Um dos pilares da Química Verde é a Economia de Átomos. Em uma reação orgânica tradicional, muitos átomos dos reagentes originais são descartados como subprodutos. O objetivo aqui é desenhar rotas sintéticas onde o máximo de átomos dos materiais de partida seja incorporado ao produto final.
Impacto: Redução drástica na geração de resíduos. Processos com 100% de economia atômica, como as reações de adição, são a meta ideal, evitando a formação de toneladas de subprodutos que precisam de tratamento e descarte especializado.
2- Substituição de Solventes Tóxicos
A síntese orgânica na indústria farmacêutica depende em grande parte dos solventes. Muitos deles são voláteis, inflamáveis, e tóxicos. A Química Verde impulsiona a busca por alternativas mais seguras, como:
Água: Usar a água como solvente, em vez de solventes orgânicos.
Líquidos Iônicos e Solventes Eutéticos Profundos: Alternativas que apresentam baixa pressão de vapor (menos volatilidade/poluição) e podem ser reutilizadas.
Solventes Verdes Derivados de Biomassa: Solventes obtidos de fontes renováveis.
3- Uso de Catálise em Vez de Reagentes Estequiométricos
Reações orgânicas que usam catálise são mais utilizadas. Catalisadores são substâncias que aceleram a reação sem serem consumidas, o que significa que podem ser usadas em pequenas quantidades e, idealmente, reutilizadas.
Em contraste, reagentes estequiométricos são consumidos na reação, gerando grandes quantidades de resíduos inorgânicos ou orgânicos. A catálise, especialmente a catálise assimétrica (fundamental para obter o isômero ativo do fármaco), aumenta a seletividade, reduzindo a formação de subprodutos indesejados.
4- Otimização Energética e Condições de Reação
A Química Orgânica Verde busca realizar reações em condições mais brandas: temperatura e pressão ambientes.
Impacto: Diminuição significativa no consumo de energia elétrica ou térmica, reduzindo os custos operacionais e a pegada de carbono do processo. O uso de novas tecnologias, como a química de fluxo ou a micro-ondas, permite reações mais rápidas e com maior controle de energia.
Em conclusão:
A transição para a Química Verde na síntese de fármacos não é apenas uma obrigação ambiental, mas também um imperativo econômico. Menos resíduos significam menores custos de tratamento e descarte, ou seja, maior eficiência atômica significa menos gasto com matérias-primas.
A Indústria Farmacêutica demonstra seu compromisso em produzir medicamentos essenciais de forma mais limpa, segura e alinhada com os objetivos de desenvolvimento sustentável globais.






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