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O Regime Que Matou Nomes Antes de Pessoas: Um Olhar Sobre o Nazifascismo e Sua Permanência Velada

mai 30

2 min de leitura

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O nazifascismo, como ideologia de matriz autoritária e totalitária, consolidou-se na primeira metade do século XX em meio às crises econômicas, políticas e sociais que marcaram o pós-Primeira Guerra Mundial. O fascismo italiano, liderado por Benito Mussolini, e o nazismo alemão, sob o comando de Adolf Hitler, estabeleceram regimes que se fundamentavam na exaltação nacionalista, no expansionismo militar e na eliminação de opositores políticos e grupos minoritários. Tais sistemas suprimiram as liberdades individuais, instrumentalizaram o Estado e utilizaram-se de estruturas burocráticas, jurídicas e militares para a implementação de políticas de segregação, perseguição e extermínio, tendo como ápice histórico o Holocausto. A lógica da homogeneização social, articulada por meio de uma retórica de "pureza" e "ordem", resultou em consequências devastadoras para a humanidade e constituiu um marco incontornável da barbárie institucionalizada no século XX.


A obra cinematográfica O Menino do Pijama Listrado, dirigida por Mark Herman e lançada em 2008, representa uma releitura ficcional da Shoah a partir da perspectiva da infância, explorando a interseção entre inocência e ideologia. A narrativa estabelece uma relação simbólica entre os universos internos dos personagens infantis e o ambiente externo de dominação e exclusão promovido pelo regime nazista. A amizade entre Bruno, filho de um oficial do alto escalão nazista, e Shmuel, uma criança judia aprisionada em um campo de concentração, revela as dissonâncias entre as construções ideológicas herdadas e a sensibilidade ética que resiste à desumanização. O filme propõe uma crítica indireta à banalidade do mal — conceito desenvolvido por Hannah Arendt — ao apresentar a violência como elemento naturalizado no cotidiano de uma sociedade hierarquicamente estratificada. Ao evitar a exposição direta da brutalidade física e focar nas implicações psicológicas e afetivas do contexto, a narrativa desloca o espectador para uma reflexão ética sobre os efeitos da doutrinação e da passividade diante do autoritarismo.


As consequências do nazifascismo não se restringem ao período histórico de sua ocorrência. A persistência de discursos de ódio, práticas discriminatórias e movimentos de inspiração totalitária em diferentes partes do mundo demonstra a permanência de estruturas simbólicas e sociais herdadas daquele período. A memória do Holocausto, além de servir como testemunho histórico, atua como dispositivo pedagógico e político, alertando para os riscos da negação histórica e do revisionismo ideológico. Nesse sentido, produções culturais como O Menino do Pijama Listrado desempenham um papel fundamental na manutenção da memória coletiva e na formação de uma consciência crítica diante da violência institucionalizada. O nazifascismo, enquanto fenômeno político e cultural, exige abordagem contínua e rigorosa, a fim de que suas raízes e manifestações contemporâneas possam ser compreendidas, confrontadas e superadas. 



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