Em pleno século XXI, observamos com preocupação o retorno de ideias odiosas que acreditávamos extintas. A dolorosa experiência do nazifascismo no século XX deixou marcas indeléveis na história, baseadas em preconceitos como a aversão a estrangeiros, o sexismo, o ódio às mulheres e a discriminação contra judeus. Desconsiderar os indícios atuais que lembram esse período tenebroso ou ignorá-los é pavimentar o caminho para que os horrores do passado se repitam.
Além de sistemas de governo opressivos, o nazismo e o fascismo foram planos metódicos de marginalização social e política. Eles defendiam a superioridade de certos grupos em oposição à pluralidade humana, estabelecendo uma lógica cruel de divisão hierárquica por raça, cultura e gênero. A xenofobia, por exemplo, incitava o repúdio ao estrangeiro e criava a fantasia de uma identidade nacional "pura", desvalorizando imigrantes e minorias étnicas. Essas ideias, longe de serem coisas do passado, reaparecem nas mídias sociais e em discursos políticos que excluem o "diferente" por causa de suas características.
Da mesma forma, o machismo e a misoginia, componentes essenciais dos governos nazifascistas, atribuíam às mulheres funções sociais estritas, privando-as de liberdade e expressão. O Estado controlava o corpo feminino, e sua importância na sociedade era limitada à geração da chamada "raça perfeita". Apesar do progresso nas últimas décadas, ainda existem formas comuns de violência de gênero e a persistente desvalorização da mulher em vários setores da sociedade, mostrando que crenças patriarcais ultrapassadas ainda existem.
Portanto, o nazifascismo não deve ser visto como um evento histórico isolado, mas como uma ameaça que surge sempre que a falta de tolerância aumenta e a compaixão diminui. Recordar é um dever moral; ensinar, uma obrigação de todos; lutar contra, uma necessidade para a civilização. Afirmar "nunca mais" não pode ser uma frase sem conteúdo — deve simbolizar um compromisso inabalável com a liberdade, a igualdade e o respeito à dignidade de cada pessoa
