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Mudança na política externa do Canadá

mai 7

2 min de leitura

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Um tema relevante que foi levantado nos últimos dias foi a nova política externa do Canadá sob a liderança de Mark Carney. Com uma carreira marcada no setor financeiro internacional — incluindo passagens pelo Banco da Inglaterra e pelo Banco do Canadá, Carney traz uma visão pragmática e globalista à diplomacia do país. Sua chegada acontece em um momento em que o multilateralismo tradicional está em declínio e os EUA se encontram isolados sob o governo Trump. Nesse contexto, o novo líder busca reposicionar o Canadá como um ator global confiável, comprometido com uma ordem internacional baseada em regras.


O Canadá, por muito tempo visto como um jogador moderado e conciliador, parece agora querer assumir um papel mais ativo. Carney deixa claro que o país não pode se dar ao luxo de ficar à margem em um mundo em constante transformação. A estratégia é clara: diversificar parcerias, fortalecer a presença em fóruns internacionais e, ao mesmo tempo, manter os laços vitais com os EUA (um equilíbrio delicado, mas necessário).


Ninguém questiona a importância dos EUA para a economia canadense. Os números são evidentes: 75% das exportações do país ainda têm como destino o mercado americano. No entanto, Carney entende que depender exclusivamente de um único parceiro é arriscado. Por isso, seu governo tem trabalhado para aprofundar relações com a União Europeia, países da Ásia-Pacífico e outras democracias alinhadas.

Acordos como o CETA (Com a UE) e o CPTPP (Pacto Transpacífico) não são novidades, mas estão ganhando um novo impulso sob a gestão atual. A mensagem é clara: o Canadá está aberto a negócios e disposto a ocupar espaços que outros estão deixando vazios. 


O Canadá tem uma longa tradição em missões de paz, mas Carney parece disposto a ir além disso. O país tem mostrado um maior engajamento em iniciativas de defesa coletiva, especialmente no contexto da OTAN e em parcerias com potências europeias como França e Alemanha. A ideia é aumentar gradualmente os gastos militares, que atualmente estão abaixo dos 2% do PIB recomendados pela OTAN, e investir em áreas como ciberdefesa e inteligência. 


Carney não esconde sua intenção de fazer do Canadá uma voz relevante em debates globais. Seja nas discussões sobre mudanças climáticas, na regulamentação da economia digital ou na defesa de direitos humanos, o país busca um lugar à mesa. A estratégia é clara: agir como um mediador confiável, capaz de articular interesses diversos sem perder de vista seus próprios objetivos. 


No entanto, o desafio é enorme. A dependência econômica dos EUA não desaparecerá da noite para o dia. As Forças Armadas canadenses, embora profissionais, não têm o mesmo poder de fogo de outras potências. E qualquer movimento mais ousado na política externa pode gerar atritos com aliados tradicionais.





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