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LABIRINTO DE OPINIÕES

  • Clara Lopes e Laura Silva - MC
  • 3 de set.
  • 2 min de leitura

Mais uma vez, me vejo confusa em relação ao que é certo ou errado. Afinal, essa

definição realmente existe? E se sim, quem determinou? A verdade é sólida e

imutável ou é individual e relativa? Pessoas discutem meras opiniões ou há algo

inviolável que rege o mundo? Há pouco menos de um século, fatos eram definidos

por meio de crenças religiosas e científicas ou decretos de alguém importante. Nos

dias atuais, desconfiamos da própria sombra no que diz respeito à acreditar em

dizeres ou teorias; nada é certeiro, vivemos na base do talvez.

Mas, se nada é certo, não existe errado. Se tudo pode ser verdade, então não existe

verdade nenhuma. Todos os fatos são dependentes de contextos, como a

sociedade, a cultura, a perspectiva pessoal de cada um. Mas se não há nada para

conciliar todas as opiniões, se não existe um parâmetro para verificar se tal coisa é

certa ou não, ter opiniões críticas e julgar com discernimento é impossível; se a

verdade é variável ela é inexistente; se não existe verdade, vivemos em um mundo

de ilusões.

Penso que o pós-modernismo contribuiu bastante para a sociedade e para o campo

do conhecimento. Agora é possível discordar, questionar, duvidar e ter as próprias

ideias. O problema é que, quando tudo pode ser interpretado a bel-prazer pessoal, a

realidade passa a existir dentro da mente de cada pessoa e desaparece do coletivo;

tudo o que acreditamos ou pensamos estar certo não passa de imaginação ou

teorias da conspiração.

E se não há verdade, essa própria afirmação é mentirosa. Em quem poderemos

confiar? Quem será o juiz de tantas opiniões? Ele não se faz necessário, pois

mesmo ele não seria confiável. Não existem certezas, apenas opiniões, e tal ideia

pode ser perigosamente libertadora. Atualmente não sabemos se um alimento faz

bem ou não, cada um diz uma coisa e a conclusão geral é a mesma: talvez. A

verdade não é como nos tempos antigos – como um monumento infalível e

inquestionável -, ela é apenas mais um sussurro entre vários outros que também se

chamam de verdade. Todos querem ter razão, quando tudo o que têm é opinião.

O que o pós-modernismo nos ensina é que não é possível enjaular uma ideia em

um conceito, que tudo pode ser e não ser ao mesmo tempo. Mas todo

questionamento deve levar a uma resposta; nesse caso, estamos perdidos em um

labirinto de opiniões duvidosas que não tem saída nem destino. É apenas um

emaranhado de possibilidades

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