Geopolítica do Esporte
- Rafael Lino e Rafael de Assis MT
- 27 de ago.
- 2 min de leitura

Quando a gente fala em esporte, logo vem à cabeça a emoção da torcida, a festa no estádio, a alegria de ver a bola entrando no gol ou o choro de quem perde. Mas, por trás dessa paixão, existe algo muito maior. O esporte também é política, poder e até estratégia. Cada vitória pode virar orgulho de um país inteiro, e cada derrota pode deixar marcas que vão além do campo.
O Brasil sabe bem disso. Em 1950, quando o Uruguai venceu no Maracanã, não foi só um jogo perdido. Foi um baque para todo o país, um silêncio pesado que marcou gerações. Já em 1970, quando a seleção conquistou o tricampeonato, não foi só festa. A ditadura usou aquela vitória como propaganda para mostrar força. O futebol mostrou que pode ser usado para unir, mas também para manipular.
Em outros lugares do mundo, acontece o mesmo. A China, quando recebeu as Olimpíadas em 2008, quis mostrar que era uma potência mundial. O Qatar fez parecido na Copa do Mundo de 2022, tentando mostrar modernidade e poder. O esporte vira vitrine: cada evento é uma chance de um país mostrar sua cara para o planeta.
Mas não é só sobre imagem. O esporte também acompanha os conflitos do mundo. Durante a Guerra Fria, cada medalha entre Estados Unidos e União Soviética era tratada como uma vitória política. Ao mesmo tempo, o esporte também pode aproximar rivais. Foi assim com a famosa “diplomacia do pingue-pongue”, quando uma simples partida ajudou a reabrir o diálogo entre EUA e China.
E claro, tem o lado do dinheiro. O futebol europeu se tornou o centro do poder mundial, comprando jogadores de todos os cantos e movimentando bilhões. Países ricos, como Catar e Emirados Árabes, compraram clubes como PSG e Manchester City para aumentar sua influência. Até lugares que lutam para serem reconhecidos usam o esporte como ferramenta. Foi o caso de Kosovo, aceito no Comitê Olímpico Internacional antes de ser reconhecido oficialmente por muitos países.
No fim, o esporte é tudo ao mesmo tempo: emoção, política, dinheiro e identidade.

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