Entre o gol e o golpe: o poder político da Copa do Mundo
- Edmar Junior e Gabriel Araújo - MC
- 7 de nov.
- 2 min de leitura
A Copa do Mundo é muito mais do que um torneio de futebol. É um espetáculo que move nações inteiras, desperta emoções e cria um raro sentimento de união global. Durante algumas semanas, o mundo parece se
esquecer das diferenças e se reunir em torno de um mesmo ideal, o amor pelo esporte. No entanto, por trás das bandeiras e dos gritos de gol, existe um cenário político e econômico que nem sempre aparece nas transmissões de TV.
Governos de diferentes países enxergam na Copa uma oportunidade de fortalecer sua imagem. Muitos investem bilhões em estádios e obras públicas, tentando mostrar modernidade e eficiência. Enquanto isso, problemas como desigualdade, desemprego e corrupção são deixados de lado. O evento vira uma vitrine política, capaz de influenciar eleições e
esconder falhas que afetam a população todos os dias.
Além do uso político, há também um grande interesse econômico. A FIFA e grandes empresas faturam somas gigantescas, enquanto muitos trabalhadores enfrentam condições precárias e comunidades inteiras são
removidas de suas casas para dar lugar a obras. O que deveria gerar desenvolvimento e inclusão, muitas vezes resulta em endividamento e desigualdade ainda maiores. A festa do futebol acaba deixando marcas
profundas em quem menos se beneficia dela.
Apesar de tudo, a Copa do Mundo continua sendo um símbolo de esperança e alegria para milhões de pessoas. Ela mostra o poder que o
esporte tem de unir, mas também evidencia a forma como esse poder pode ser usado para manipular. Cabe à sociedade cobrar transparência e responsabilidade dos líderes e das instituições que organizam o evento. Só
assim o grito de gol poderá ecoar com o verdadeiro espírito de vitória, não apenas dentro dos estádios, mas também fora deles.





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