Das Chaminés às Avenidas Iluminadas
- Bruna Colmatti e Bernardo Goulart - MC
- 13 de jun.
- 1 min de leitura
A virada da Revolução Industrial foi daquelas que redefine o curso da narrativa. Antes,
o dia a dia da maioria se desenrolava no campo, num compasso bem mais calmo. De
repente, surgem as máquinas, o carvão, as locomotivas e…ufa!: as cidades explodem
em crescimento, quase movidas a adrenalina. É quando o fenômeno da urbanização
ganha protagonismo.
Com um êxodo em massa do campo para as fábricas, as cidades se tornam polos
fervilhantes de poluição, agitação e disparidades sociais. E essa metamorfose toda
transcende os livros de História, ecoando em filmes, séries e no nosso cotidiano. Um
exemplo marcante é a série “Peaky Blinders”: Birmingham se transmuta num cenário
urbano denso, permeado por indústrias, delitos e anseios. A fumaça fabril não só tolda
o céu, mas ilustra a reconfiguração das relações humanas.
A urbanização não se limitou a impulsionar o avanço. Em paralelo aos edifícios e
ferrovias, surgiram as habitações precárias, a desordem urbana, o desemprego e a
degradação ambiental. Contudo, marcou o alvorecer da sociedade contemporânea,
onde a informação se dissemina com maior agilidade, onde as ideias se propagam e
onde a cultura se edifica. O filme “Tempos Modernos”, de Chaplin, ilustra essa
dinâmica com humor e perspicácia: o indivíduo quase se tornando uma extensão da
máquina.
Atualmente, vivenciamos os desdobramentos desse legado. As cidades são o palco
central da existência, e os conteúdos que absorvemos nas plataformas digitais do
TikTok ao cinema continuam a espelhar esse panorama urbano multifacetado. A
Revolução Industrial pode ter ficado para trás, mas a urbanização, que ela impulsionou,
permanece sendo o capítulo que estamos redigindo no presente.
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