top of page

Belém no centro do mundo: a nova era da sustentabilidade global

  • Sofia Pietra e Maria Eduarda Gomes - 2º ML
  • 12 de nov.
  • 2 min de leitura

ree

Belém, às margens da Amazônia, será palco da COP30 em novembro de 2025. Mais do que uma reunião de chefes de Estado, o encontro é um teste: estamos, de fato, iniciando uma transição para uma economia sustentável ou apenas sofisticando o discurso enquanto mantemos o mesmo modelo energético de sempre? Como lembrou o Le Monde.fr, o contraste é evidente: o mundo corre para instalar energia limpa, mas segue fortemente dependente de combustíveis fósseis.

Em 2024, o planeta adicionou cerca de 585 gigawatts de nova capacidade renovável, principalmente solar e eólica, respondendo por mais de 90% da expansão da geração de energia global. Relatórios da IRENA e da IEA indicam que a capacidade renovável pode dobrar até 2030, adicionando algo como 4.600 GW – o equivalente a somar, em poucos anos, toda a capacidade instalada de China, União Europeia e Japão. Em muitos países, as fontes limpas já são a opção mais barata de eletricidade. Ainda assim, a fatia dos combustíveis fósseis na matriz energética caiu pouco: de 83% em 2015 para algo em torno de 80% em 2024, segundo o Le Monde.fr.

Esse “atraso” na substituição se traduz em realidade climática concreta. Como destaca o The Guardian, ondas de calor, secas extremas e enchentes históricas deixaram de ser exceções e se tornaram parte do calendário mundial. É nesse contexto que a COP30 pretende avançar em dois eixos centrais: cumprir a promessa feita em Dubai, na COP28 – triplicar a capacidade global de renováveis e dobrar a eficiência energética até 2030 – e colocar os biocombustíveis sustentáveis no centro do debate, como noticiou a Reuters. A meta é multiplicar sua produção até 2035, inclusive para a aviação, reduzindo a dependência do petróleo em setores difíceis de eletrificar e gerando renda nos países do Sul Global.

Mas sustentabilidade não é só tecnologia: é também trabalho e desenvolvimento. O relatório “Renewable Energy and Jobs – Annual Review 2024” mostra que o setor de energias renováveis já empregava cerca de 16,2 milhões de pessoas em 2023, contra 13,7 milhões no ano anterior, em cadeias que vão da fabricação de painéis solares à manutenção de redes inteligentes, segundo levantamento divulgado por veículos como o TaiyangNews. Cada megawatt limpo instalado representa também uma oportunidade concreta de emprego.

Ao sediar a COP no coração da maior floresta tropical do mundo, o Brasil expõe ao planeta uma equação complexa: como expandir biocombustíveis, energia limpa e infraestrutura sem estimular desmatamento, sem pressionar comunidades tradicionais e sem repetir velhos modelos de exploração? A resposta passa pela ideia de transição justa – descarbonizar a economia sem deixar territórios e pessoas para trás. Em última análise, o que estará em jogo em Belém é o modelo de desenvolvimento das próximas décadas: se a sustentabilidade será apenas uma marca de marketing ou, de fato, o novo eixo da economia mundial.

Comentários


  • Instagram

©2025 por Pega Visão. Orgulhosamente criado com Wix.com

bottom of page