Já se passaram dez anos desde que a ONU lançou a Agenda 2030, um plano ambicioso para tornar o mundo mais justo, sustentável e igualitário. O objetivo era claro: acabar com a pobreza extrema, proteger o meio ambiente e garantir qualidade de vida para todas as pessoas até 2030. Mas agora, em 2025, com menos de cinco anos pela frente, é impossível ignorar o que os números mostram — estamos ficando para trás.
Segundo os últimos relatórios, apenas 17% das metas estão no caminho certo. Isso quer dizer que a maior parte do que foi prometido ainda está longe de se concretizar. Faltam investimentos, decisões políticas firmes e, acima de tudo, ação coletiva. O tempo das promessas ficou no passado. Agora, o que o mundo precisa é de atitude.
Em resposta a essa urgência, a ONU lançou o Pacto para o Futuro, uma iniciativa que busca acelerar mudanças nas áreas mais críticas: saúde, educação, alimentação, energia, clima e inclusão social. É uma espécie de “chamada final” para que governos, empresas e cidadãos façam a sua parte — antes que seja tarde demais.
O Brasil, por exemplo, decidiu agir. Assumindo a presidência do G20, colocou a fome e a pobreza no centro das discussões globais. Com isso, liderou a criação de uma Aliança Global que pretende, até 2030, alimentar 150 milhões de crianças e garantir proteção social a 500 milhões de pessoas. É um passo importante — e mostra que vontade política faz diferença.
Outro destaque de 2025 é a escolha da ONU de celebrar o Ano Internacional das Cooperativas. Pode parecer um detalhe, mas esse gesto valoriza formas mais humanas e solidárias de economia, que colocam as pessoas no centro, e não apenas o lucro. Em tempos de desigualdade crescente, cooperar pode ser mais revolucionário do que competir.
O recado está dado. A Agenda 2030 não é apenas um compromisso dos líderes mundiais. Ela é um apelo para cada um de nós. Porque mudar o mundo não depende só de grandes discursos — depende também das nossas escolhas, das nossas vozes e da nossa coragem.
Ainda dá tempo. Mas só se começarmos agora.
