A Mulher sob o Nazifascismo.

O nazifascismo, surgido em meio ao caos econômico, político e social da Europa pós-Primeira Guerra Mundial. A ascensão deste regime foi marcado por um discurso inflamado que prometia ordem, orgulho nacional e pureza racial, mas que na prática cultivava ódio, intolerância e exclusão. Negros, judeus, ciganos, comunistas, homossexuais e pessoas com deficiência foram alvos diretos de políticas brutais. Embora muitas vezes ignoradas na historia, as mulheres também foram atingidas profundamente, não apenas por sua condição de cidadãs desses Estados totalitários, mas por um machismo sistematizado e institucionalizado que as reduzia a papéis reprodutivos e submissos. 

Nos regimes nazifascistas, o papel da mulher foi rigidamente delimitado ao espaço doméstico e à função de mãe. Na Alemanha nazista, o ideal feminino era a “mulher ariana” dócil, dedicada ao lar, ao marido e, sobretudo, à maternidade encarregada de gerar soldados para a pátria e preservar a “raça pura”. O trabalho fora de casa era desincentivado, assim como a educação superior para mulheres. No fascismo italiano, Mussolini também exaltava a maternidade como missão sagrada e premiava mulheres com muitos filhos, ao mesmo tempo que restringia severamente seus direitos políticos e profissionais. Mulheres que tentavam desafiar esse modelo ou que pertenciam a grupos minoritários eram perseguidas, esterilizadas à força ou mortas, vítimas de uma violência de gênero institucionalizada 

A misoginia no regime nazista não era apenas cultural, mas parte do próprio estado. As ideias misóginas foram transformadas em políticas que buscavam apagar a autonomia feminina. O controle do corpo das mulheres, por meio de leis que proibiam o aborto para mulheres arianas e o impunham às consideradas “indesejáveis”, revelava um projeto eugênico profundamente misógino. Além disso, campos de concentração também abrigaram mulheres, muitas das quais sofreram experimentos médicos cruéis, abusos sexuais e foram usadas como cobaias por médicos nazistas. O regime não apenas desumanizou as mulheres, mas utilizou o próprio sexismo como ferramenta de dominação.