Segundo Epicteto, para os estoicos para alcançar uma vida melhor é necessário seguir princípios, como, por exemplo, o que pode ou não pode mudar. Para o filósofo, não é sobre uma coisa específica, é como você pensa sobre ela.
Poucas coisas causam mais sofrimento do que lutar contra circunstâncias que estão fora do seu controle ou ficar apegado a um resultado sobre o qual não se tem poder.
O primeiro obstáculo, é de tamanha importância, uma vez que Epicteto o chamou de "nossa maior tarefa na vida". Ele consiste em identificar o que está fora do controle, aspectos que os estoicos chamam de "externalidades".
Felizmente, os estoicos explicam isso de forma mais simples: trata-se de tudo além de seus próprios pensamentos, escolhas e ações. Por exemplo, a saúde: uma pessoa pode escolher comer cinco legumes, verduras ou frutas por dia e se exercitar (escolha desta), mas isso não significa que ela nunca sofrerá de problemas de saúde (uma externalidade).
Assim, é muito fácil confundir o que pode-se e não pode-se controlar. Epicteto recomendou adotar este hábito mental: "No caso de coisas específicas que te satisfazem ou beneficiam, ou às quais você ficou ligado, lembre-se do que elas são. Comece como coisas de pouco valor. Se for de uma caneca de cerâmica que você gosta, por exemplo, diga 'Eu gosto de uma caneca de cerâmica'. Quando ela quebrar, você não ficará tão chateado".
No final das contas, é essa consciência que permite aos seres viver de forma mais leve. Entender que não se controla tudo é libertador. Entretanto, é preciso agir com responsabilidade sobre aquilo que pode-se mudar e aceitar, com serenidade, aquilo que não depende de nós. A verdadeira paz nasce nesse equilíbrio.
