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2ª Resenha do Livro “Aprender a viver - Filosofia para novos tempos”

  • João Álvaro e Rafael Simões - 2ºMT
  • 7 de mai.
  • 2 min de leitura

 Capítulo 2: O amor à sabedoria segundo os estoicos.

 

No segundo capítulo de “Aprender a Viver”, Luc Ferry mostra como a filosofia antiga buscava ajudar as pessoas a viver melhor, oferecendo formas de enfrentar as dificuldades da vida por meio da razão e do autoconhecimento. Ele explora como os antigos filósofos gregos, especialmente os estoicos e epicuristas, como Zenão, Sêneca e Epicteto, encaravam a filosofia não apenas como um discurso teórico, mas como um caminho para alcançar a liberdade interior diante de dilemas como a morte, a ética e a sabedoria.


Como corrente filosófica, o estoicismo ensinava que devemos focar no que podemos controlar e aceitar o que não podemos mudar, buscando a paz interior mesmo diante das adversidades imutáveis da vida. Segundo Ferry, os pensadores estoicos viam sua filosofia como uma forma de enfrentar a finitude humana pois, para eles, a morte era aceita como parte natural da vida, não devendo ser temida, mas compreendida como produto do desapego e da finidade elementar da existência.


O autor também destaca que tanto a filosofia quanto a religião buscam oferecer respostas à mesma questão, que seria a angústia humana diante da morte. Mas, enquanto as religiões prometem uma salvação baseada na fé e na imortalidade da alma, a filosofia propõe o uso da razão para alcançar a serenidade frente à impermanência do ser humano. Ou seja, assim como o estoicismo propõe a aceitação da morte como retorno à ordem natural, o cristianismo oferece uma promessa de perpetuação do espírito. Para o filósofo, essa comparação evidencia as diferentes formas contemporâneas de lidar com a finitude humana: uma baseada na razão e outra na fé, abordando a morte para os estoicos, que “apresentavam a morte como a passagem de um estado pessoal a um estado impessoal”, e o pensamento cristão da salvação, que “não hesita em nos prometer categoricamente imortalidade pessoal”, alcançada pelo abandono da razão em prol de uma confiança, a fé, num Outro, para mostrar como, na atualidade, as superficiais diferenças entre a racionalização e as crenças religiosas guiam diretamente as pessoas a um mesmo “objetivo”, que seria aceitar e saber conviver com a inevitabilidade da morte.


Em conclusão, em uma obra que se intitula “Aprender a Viver”, Luc Ferry procura também, mais além do viver, explorar o âmbito da morte, parte intrínseca da vida como ser humano e que, ao longo da história, foi sujeita a debates em relação a sua natureza e como sua presença afeta o ser humano e a sociedade como um todo. Pela análise dos ideais gregos, Ferry encerra o capítulo enfatizando que o estoicismo propõe uma forma de reconciliação com a morte por meio da razão, da aceitação da ordem natural do mundo, e da ideia de que somos apenas uma parte efêmera de um todo muito maior. Nesse pensamento, viver bem é viver de acordo com a razão e com a natureza, aceitando o que não se pode controlar, inclusive a própria morte.



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