Por todo território africano, uma das árvores mais populares é o Baobá. Conhecida como a “árvore da vida”, ela tem grande altura, tronco grosso e retorcido, assim como galhos castanhos-avermelhados ou cinza arroxeados, de maneira a se parecerem com pele de elefante. Coberto de folhas ralas e verdes, o Baobá envolve forte cultura e misticismo no continente africano.
E foi a partir dessa árvore que a história de Abayomi começou. A garota cresceu em Uganda e por toda sua vida admirou muito a sua cultura, mas ainda assim, sentia que a maioria dos jovens, ao contrário dos mais velhos, não sentiam tanta admiração e identificação com a tradição africana, nem as histórias contadas, sentia que faltava algo mais recorrente para que eles associassem e admirassem os aspectos culturais de seu continente.
Disposta a criar um ideal de valorização cultural, ela começou a buscar coisas em seu cotidiano que pudessem servir de analogia a um dos tópicos mais presentes nas lendas africanas: a vida; já que, desde criança, escutava histórias sobre sua ancestralidade de reis e rainhas negros e como o ciclo da vida era uma das coisas mais importantes para seu povo.
Com isso, começou a prestar mais atenção em cada detalhe do seu dia a dia, principalmente nos elementos naturais que faziam parte dele até que, quando estava sentada à beira de um rio, aos pés de um Baobá, parou para meditar sobre a árvore.
A imponência da “mãe da floresta”, junto ao fato dela ser extremamente presente ao redor do continente afruicano, fez com que Abayomi criasse uma analogia sobre o ciclo da vida: as raízes simbolizavam os ancestrais e a memória da comunidade, enquanto o tronco e os galhos, os jovens e as crianças em crescimento.
Dessa maneira, espalhou sua reflexão para todos que conhecia, que por sua vez repassaram para outras pessoas e assim por diante, fazendo com que anos depois, a história circulasse por todo o continente. Assim, essa história perdura por gerações e reflete a cultura africana através de seus aspectos naturais.