O livro se passa entre 1955 a 1960 escrito por Maria Carolina de Jesus, é uma obra que
conta sobre o seu dia a dia, escreve em seu diário pessoal contando sobre seu cotidiano vivendo na favela do Canindé, sendo catadora de papel e mãe solteira de três filhos ( João José, José Carlos, Vera Eunice) e uma mulher negra.
Carolina narra sem delongas a verdadeira realidade sobre a vida na favela, a conturbada relação com seus vizinhos, o preconceito racial sofrido, a falta de a água, o difícil acesso a saúde, e o que enfrenta para conseguir criar seus filhos. Também conta sobre a dor e angústia da fome, que quando ao dormir ter a incerteza se terá o que comer no dia de amanhã e ter que pegar comida do lixo.
A autora tem um olhar crítico sobre a situação de desigualdade social e política, reflete sobre como os políticos só utilizam dos pobres para se eleger e suas ações não agem nos mais necessitado, que são invisibilisados e deixados a margem.
Por trás dos obstáculos a escritora revela seu amor pelos livros e encanto pela leitura, em contraposição ao difícil acesso à educação.
A narrativa foi escrita na década de 1950 porém infelizmente ainda é atual com sua
triste realidade de extrema pobreza e gigantesca desigualdade social.
