O homem que arrasta correntes

Essa história se passa em 1985 na cidade de Conceição do Mato Dentro, no interior de Minas Gerais. Em uma noite de janeiro, durante as férias escolares, Bernardo e seus primos estão reunidos na casa de seu avô no interior de Minas. Todas as crianças estão muito animadas e implorando para que seu avô lhes conte uma de suas incríveis histórias.

- Vovô, conta mais uma história, por favor! - Pediu a irmã mais nova de Bernardo,

- É vovô, só mais uma história, por favor! - Pediu João, o primo de Bernardo, com a

sua melhor “cara de cachorrinho” para tentar convencer o avô.

- Tudo bem, mas só mais uma, viu? - Disse o avô, que recebeu um coro de "oba” dos

netos.

- Mas tomem cuidado, pois essa é uma história real de dar medo que meu pai me contava.- Disse ele.

- Relaxa vô, nós somos super corajosos e uma historinha de fantasmas não vai nos

assustar. - Disse o neto mais velho, André.

- Tudo bem então, meu pai me dizia que quando ele e os irmãos eram da idade de vocês, em noites sem lua como esta, eles podiam ouvir o som de um homem

arrastando uma corrente pelas ruas durante a madrugada. Reza a lenda, que este

homem era um viajante, que andava por todo o estado, mas que em uma noite sem a

luz da lua para guia-lo ele acabou com o corpo preso nessa corrente e morreu. Após a

sua morte ele passou a andar pela cidade buscando por outros viajantes, para fazer

eles sentirem como ele se sentiu.- Contou o avô. Após a história ele percebeu que seus

netos estavam inquietos e assustados.

- Mas vovô, ele só vai atrás de viajantes, certo? - Perguntou Bernardo.

- As histórias dizem que seu alvo eram os viajantes, porém, qualquer que ele visse

poderia se tornar sua vítima- Disse o avô.

Após ouvirem isso as crianças ficaram muito assustadas e foram direto para o quarto que estavam ficando na casa do avô, e mesmo tendo camas diferentes todos decidiram dormir juntos naquela noite.

Enquanto todas as outras crianças dormiam, Bernardo foi acordado pelo som de correntes sendo arrastadas pelas ruas, e mesmo com muito medo, ele foi até a janela ver o que estava acontecendo. Apesar daescuridão o garoto tem certeza que viu algo no lugar de onde esse barulho vinha.