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Estátuas negras em Belo Horizonte

jul 3

2 min de leitura

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Pela primeira vez, Belo Horizonte faz estátuas em homenagem a mulheres negras.

Neste domingo (30), foram colocadas duas estátuas de bronze em tamanho real, feitas pelo artista Léo Santana, no Parque Municipal de Belo Horizonte, em frente ao Teatro Francisco Nunes. As estátuas homenageiam a escritora Carolina Maria de Jesus e a intelectual, autora, ativista, professora, antropóloga e filósofa Lélia Gonzalez.

Carolina Maria de Jesus, nascida em 1914 em Sacramento, Minas Gerais, foi uma das primeiras e mais importantes escritoras negras do Brasil. Sua obra mais famosa, "Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada", publicada em 1960, retrata a vida dura nas favelas de São Paulo. O livro teve grande repercussão nacional e internacional, sendo traduzido para diversas línguas. Carolina trouxe à luz as dificuldades e a resiliência das comunidades marginalizadas, sendo uma voz potente contra a desigualdade social e racial no Brasil.

Lélia Gonzalez, nascida em 1935 em Belo Horizonte, foi uma intelectual de destaque, cujos trabalhos influenciaram profundamente os estudos sobre raça, gênero e cultura no Brasil. Como uma das fundadoras do Movimento Negro Unificado, ela lutou pela igualdade racial e pelos direitos das mulheres negras. Seus escritos e ações abordaram as interseções entre racismo e sexismo, desafiando as estruturas opressivas e promovendo um novo entendimento sobre a identidade e a cultura afro-brasileira. Lélia também foi professora em importantes universidades brasileiras, contribuindo para a formação de novas gerações de pensadores críticos.

As estátuas no Parque Municipal não apenas celebram as conquistas dessas duas mulheres extraordinárias, mas também simbolizam um reconhecimento tardio e necessário da importância das vozes e das histórias negras na construção da identidade brasileira. Essas homenagens servem como um lembrete da luta contínua por igualdade e justiça, e inspiram as novas gerações a continuar o legado de resistência e transformação social iniciado por Carolina Maria de Jesus e Lélia Gonzalez.


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