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Entenda o conflito no Sudão do Sul

27 de out de 2024

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No dia 15 de abril, rebeldes das Forças de Suporte Rápido (RSF) realizaram ataques a bases das Forças Armadas Sudanesas (SAF) em todo o país, incluindo a maior parte da capital Cartum e seu aeroporto. Os embates entre as duas facções aconteceram no Palácio do Presidente e na casa do general Al-Burhan. Como reação, a SAF encerrou todos os aeroportos e executou ataques aéreos contra bases do RSF. Confrontos ocorreram na sede da televisão estatal, a Sudan TV, que foi tomada pelas forças rebeldes do RSF. Pontes e vias em Cartum foram interrompidas e a RSF declarou que todas as estradas que levam ao sul de Cartum foram interditadas. O general Abdel Fatah al-Burhan é, de fato, o atual chefe do governo do Sudão. Ele ganhou notoriedade em 2019, quando as Forças Armadas depuseram o autocrata de longa data, Omar al-Bashir, após meses de protestos em massa. Antes, Burhan era um aliado de Bashir e um comandante militar que esteve à frente de ações controversas durante o conflito em Darfur (2003-2008). Contudo, com a queda do regime autocrático em 2019, ele mudou de postura e assumiu a liderança do Conselho Militar de Transição, o qual foi criado para guiar o Sudão rumo a um governo democrático, além de se tornar o presidente interino do país. Mohamed Hamdan Dagalo, mais conhecido como Hemedti, consolidou uma posição significativa desde a ascensão de Bashir ao poder. Originário de uma família de pastores de camelos de uma região distante da capital, ele escalou as estruturas de poder até se tornar o comandante da infame milícia Yanyawid, que deu origem às Forças Armadas Rapid Response (FAR) e é acusada de perpetrar crimes contra a humanidade durante o conflito em Darfur. Esse conflito começou em 2003, quando rebeldes pertencentes a minorias étnicas locais se rebelaram contra o governo de Cartum, considerado dominado por árabes, alegando opressão. De acordo com a ONU, as estimativas das consequências desse conflito são alarmantes, com até 300 mil mortos e 2,7 milhões de pessoas deslocadas ao longo dos anos em Darfur. Estimativas apontam que cerca de 400 mil pessoas foram mortas até o atual momento, e cerca de 2 milhões estão desabrigadas, refugiadas ou em centros de acolhimento, segundo a ONU. Dentre as vitimas citadas, diversas fontes afirmam tambem que milhares de mulheres teriam sido abusadas ao longo da guerra, possuindo a violencia sexual como a principal arma de guerra.

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