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A Luta pela Identidade em um Cenário de Preconceito e Pressões Sociais

set 6

2 min de leitura

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Junior tem cabelo encaracolado e sonha em alisá-lo para parecer mais "apresentável" na sua foto de escola. No entanto, sua mãe, Marta (Samantha Castillo), uma jovem viúva lutando para sustentar a família, vê o desejo de Junior como uma ameaça à sua masculinidade e ao que considera um comportamento "normal". Esse conflito central revela não apenas as tensões na relação mãe-filho, mas também as pressões sociais relacionadas à raça, gênero e status socioeconômico.

A força do filme está na sua simplicidade e no olhar sensível sobre as vidas de pessoas comuns enfrentando realidades difíceis. Mariana Rondón faz um trabalho magistral ao retratar as complexidades do preconceito internalizado, utilizando a metáfora do cabelo como símbolo de resistência e conformidade. A direção de arte, marcada por uma paleta de cores que reflete a aridez emocional e física do ambiente, e a trilha sonora discreta, mas eficaz, reforçam o clima melancólico e introspectivo da narrativa.

"Pelo Malo" é um filme venezuelano de 2013 dirigido por Mariana Rondón. A história segue Junior, um menino de 9 anos que vive em Caracas e quer alisar seu cabelo encaracolado para parecer mais com os ídolos da televisão. Sua mãe, Marta, desaprova a ideia, e isso gera conflitos entre os dois. O filme explora temas como identidade, padrões de beleza, e as tensões entre mãe e filho em um ambiente de pobreza e dificuldades sociais.

No entanto, o filme não oferece respostas fáceis ou soluções redentoras. Pelo contrário, Pelo Malo deixa o público confrontado com a dura e muitas vezes dolorosa realidade de uma sociedade que penaliza aqueles que se desviam de suas normas rígidas. A ambiguidade do final, que pode ser interpretado tanto como um gesto de aceitação quanto de resignação, sublinha a complexidade da vida de Junior e a difícil jornada pela aceitação de sua própria identidade.

Em resumo, Pelo Malo é um retrato poderoso e sensível das lutas internas e externas enfrentadas por aqueles que não se encaixam nos moldes estabelecidos pela sociedade. Com uma narrativa envolvente e performances notáveis, Mariana Rondón entrega um filme que é ao mesmo tempo profundamente pessoal e universal em sua temática.

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